Feira Feita               Histórias               Feito em Lisboa

Quando é que chegaste a Portugal?

Em 2016, no final. Um ano depois comecei a trabalhar aqui e em Outubro de 2018 formei-me no Mestrado e entreguei a tese. Até lá, era uma loucura porque tinha de ter um part-time para pagar as contas, tinha de escrever a tese, tinha que fazer o Bulhufas acontecer. Era malabarismo. E era tudo muito devagar, não tinha tempo para me dedicar e promover. Era uma luta no início, mas depois de entregar a tese começou a acontecer e chegaram mil trabalhos. As pessoas iam-me indicando umas às outras e agora está tudo muito estruturado.


E vives só disto agora?

Este é o meu único trabalho. Que loucura! Nunca pensei, na minha vida, que ia ser empreendedora e trabalhar com livros.


Como é que surgiu esse gosto por fazer livros?

Na faculdade de Arquitectura tive um semestre só de disciplinas de design e uma delas era Encadernação. Eu amei aquilo! Amei de uma forma que só queria fazer aquilo. Furava cartões para treinar a costura japonesa, todo o dia fazia muitos, comecei a fazer cadernos para a família inteira. Depois, quando saí da faculdade, fui fazer outros cursos para complementar o que já tinha iniciado.


Esses cursos foram todos feitos no Brasil?

Sim. Aqui não há muito uma cultura de encadernação forte. Achei que no mestrado ia aprender e não aprendi nada, só teoria...Por isso comecei a dar aulas aqui, nesta mesa enorme.