Feira Feita               Histórias               Feito em Lisboa
É fácil encontrares os materiais?

É um desafio encontrar papel aqui. No Brasil conseguia pedir uma folha de amostra só para ver como era o papel e como trabalha. Aqui tenho de pedir um pacote, que são 250 folhas de um metro por 70. São muitas folhas e é muito caro. Acabo por não conseguir muitas opções de papel diferente para mostrar aos clientes. Não tenho sequer onde guardar esse tipo de amostras. Escolhi um papel mais creme, com o qual trabalho mais, e outros que já trabalhei em projectos muito específicos. O meu sonho era ter vários papéis disponíveis. Aqui encontras facilmente papel para aguarela (que é muito caro), cartolinas ou papel de resma, para impressora. Não há papéis intermédios e é difícil pedir pequenas quantidades. É um ciclo vicioso: não há procura, não há oferta.


E as ferramentas?
Trouxe tudo do Brasil. Trago até cola quando lá vou, linha, papel, tudo. A prensa é usada, tal como as outras três máquinas gigantescas que já estão em Marvila. Vão ter de ser renovadas, limpas, desenferrujadas...têm um longo caminho pela frente. É uma cisalha enorme, um hot stamping e uma prensa com 70 por 80, da minha altura. As três máquinas vieram de um lugar de encadernação que fechou.