Feira Feita               Histórias               Feito em Lisboa
Como é feita a selecção dos artesãos presentes na FEIRA FEITA?

R - O critério começa por ser a área geográfica — a Área Metropolitana de Lisboa — mas tentamos, acima de tudo, apoiar e dar visibilidade a marcas com algum posicionamento (se estão representados em lojas a nível nacional e internacional, se vendem em site próprio). A produção tem de ser feita toda localmente, manual, e mais de 80% por eles próprios (artesãos-autores). Claro que as pessoas podem ter outras actividades em paralelo. Também apoiamos marcas e artesãos que estejam no início.

B - Também há a questão de conseguir encontrar um elemento diferenciador nestas peças dos chamados artesãos-autores e como conseguem trazer uma contemporaneidade e ser um espelho do traço artístico daquilo que se faz em Lisboa nestas áreas. Existe espaço para o artesanato em Lisboa mas, até há pouco tempo, não existia um espaço onde as pessoas pudessem testar o mercado e ver se as suas peças de cerâmica ou de madeira dariam frutos.

R - Tentamos representar os vários ofícios que encontramos dentro desta malha urbana: cerâmica, joalharia, tecelagem/têxteis, marcenaria, cestaria, impressão gráfica. As categorias acabam por ser diversificadas. No entanto, temos alguns clássicos como a Latoaria Maciel e a Associação de Artesãos da Região de Lisboa.

B - O importante é que haja uma rede de partilha de conhecimento entre os artesãos, que se conectem no espaço. Na primeira FEIRA FEITA foi o momento em que vimos autores que achavam que estavam um pouco sozinhos e que se encontraram — para nós foi óptimo podermos mapear ao vivo e perceber que esses artesãos ganhavam muito com esse networking e em perceber se as peças tinham viabilidade. Ter a oportunidade de estar num mercado gratuitamente é muito benéfico para quem está a começar. Hoje em dia, a maior parte deles já faz isto a tempo inteiro.