Feira Feita               Histórias               Feito em Lisboa
Quanto tempo demoras a fazer as tuas peças?

Uma taça de crochet, sem contar com a parte da cerâmica, demoro cerca de meia hora. Uma tapeçaria, de um metro e meio por um metro, se for totalmente preenchida e a trabalhar todos os dias, 8 horas por dia, demoro umas duas semanas. Aquelas quatro tapeçarias grandes que fiz demorei dois meses, a trabalhar todos os dias — e em pandemia, com o meu filho com aulas à distância. Foi durante a segunda quarentena. Na primeira quarentena, que passámos no Fundão, dediquei-me às aguarelas.

Tens tido muito trabalho?

Aos fins de semana vou tendo workshops. Caiu-me uma tapeçaria personalizada que estava em águas de bacalhau e avançou, a Santo Infante também me convidou para mais uma edição da sua Casa Aberta e tenho uns bordados para uns troféus de uma amiga. Quando não tenho trabalho, há um medo...há um mês ou dois de inconstância, mas acabo por conseguir sempre mais trabalho pelo meio. As peças que estou a fazer para a Santo Infante não têm nada a ver com as que apresentei na exposição Transformação, na LX Lapa. Também tenho de pensar de forma diferente consoante o projecto.

Que técnicas é que trabalhas?

Crochet e bordados. Dentro dos bordados tenho o bordado clássico — que nem publicito, porque são coisas que costumam dar muito trabalho e são mal pagas —, e a fada do lar, que elegi para trabalhar. Também tenho a cerâmica como suporte.