Feira Feita               Histórias               Feito em Lisboa
A faculdade orientou nesse sentido de procurares um mestre na arte do barro?

Não me lembro de ter sido incentivada pela faculdade, apesar de terem uma boa oficina de cerâmica. Ter ido procurar o mestre oleiro foi através do contacto do meu pai — e de andar à procura. Na faculdade não tens grande contexto de aprendizagem. A parte de pesquisa e estudo de peças foi feita na faculdade, sim, mas a parte técnica foi feita nessa olaria. O meu mestrado tinha a ver com os novos métodos de uso da loiça nos dias de hoje e como usar as peças reinterpretadas. As pessoas vêem a olaria como artesanato que não querem ter em casa. Agora está a mudar, toda a gente quer ser ceramista, mas na altura achei que havia uma grande distância entre o que os oleiros faziam e aquilo que tínhamos em casa. Olaria é uma profissão essencial, eram os oleiros que faziam os pratos que as pessoas comiam, os cântaros para guardar a água… tinham um papel muito importante na comunidade.

Telhas, tijolos, existem em todo o lado…

Claro, antes do plástico era tudo em cerâmica. Precisavas de um tacho e ias ao oleiro buscar. Todas as peças que precisas já foram desenhadas e desenhadas pelas pessoas que fazem este tipo de peças essenciais.