Feira Feita               Histórias               Feito em Lisboa

Como é que começou a Mauvais Marie?

Começou como uma aventura. Estudei arquitectura e trabalhei como arquitecta durante dez anos, cá e no estrangeiro, em Barcelona. Senti que o lado criativo, e ainda por cima eu era gestora de projecto, assentava mais numa questão burocrática e técnica, do que propriamente na parte da concepção. Quis fazer uma investigação interior e deixei o meu trabalho.

O que se seguiu?

Tirei um ano sabático, que é uma coisa louca, mas tinha feito um pé de meia e podia fazê-lo, então aproveitei para me inscrever num curso de ilustração, num curso de aguarela, tudo cá, e fiz um deambular por várias áreas para, justamente, encontrar outra vez aquele lado mais criativo e especial — até porque eu pensava que estava a ganhar ferramentas para voltar à arquitectura. E entretanto perdi-me (ri). Fiquei grávida, comecei a idealizar o quarto da minha filha, como é que ia fazer uns brinquedos muito giros para depois brincar com ela e ficarem no quarto... e depois pensei "quero fazê-los eu, não quero comprar, quero ser eu a fazer e a pôr as mãos na massa". Começas a ver que o resultado é muito giro, começas a interessar-te pela matéria-prima, pelo tecido de algodão, pela sustentabilidade. Há todo um caminho que parece que se vai abrindo e, a certa altura, o meu marido deu-me o toque — "então porque é que não fazes uma loja?"—, e decidi experimentar. Assim foi, um processo muito orgânico que, no fundo, começou tudo por causa de uma mulher, que é a minha filha.

Muita coisa mudou...

Entretanto tenho uma loja online, já tenho alguns revendedores, mas é uma coisa muito pequena porque o mundo continua a girar, a família continua a crescer e já tenho dois bebés ao invés de ter só um. Tento conciliar as coisas todas e, por isso, a loja também não cresceu desmesuradamente. Tem sido um processo orgânico, lento, passo a passo.