Feira Feita               Histórias               Feito em Lisboa

Como é que chegaram ao nome Oficina Marques?

Gezo - Quando surgiu a ideia de baptizarmos o espaço, apareceram aqueles nomes mais comuns como estúdio, atelier... Achámos tudo muito pomposo para o tipo de trabalho que fazemos: um trabalho manual, que custa, que sua, que é duro.

José - "Meter a mão" é o mais importante, daí o nome ser oficina. É lá que a magia acontece e se guardam as madeiras, o barro, as cerâmicas, os papéis, as tintas e uma série de máquinas de trabalho.



Quando é que abriram a Oficina?

G - A oficina é a continuação de um projecto inicial. Tive um atelier à frente do Conservatório, também no Bairro Alto, que era um projecto a solo. Sempre gostei de fazer e materializar coisas — sou publicitário de profissão e tinha de ter um canal onde extravasasse, usasse as mãos. Foi uma soma de interesses em comum que nos levou a ter este espaço: é maior, mais amplo, tem um espaço de exposição das coisas que são criadas cá. Antigamente tinha um lugar só de produção, mas aqui o espaço está dividido em três: oficina (onde temos as ferramentas e os materiais que coleccionamos), a loja (com objectos que vamos produzindo e outros que fazemos curadoria), e a galeria, onde desenvolvemos as exposições. É um livro em branco, muito mutante, onde contamos histórias diferentes.

J - Estudei design, fiz vários cursos de impressão, fiz o curso de serigrafia e encadernação da Oficina do Cego, cursos de performance, de vídeo. Sempre procurei várias técnicas e diferentes meios de expressão. Há seis anos fiz um mestrado em gestão cultural no ISCTE. Foi muito interessante e acredito que, para além de pormos as mãos no trabalho, também é importante sabermos gerir o negócio. Foi nessa altura que nos conhecemos.