Da porta vê-se o Tejo e
ouvem-se as conversas do bairro; no interior, limpam-se histórias de um lado, e
reproduzem-se memórias do outro. A luz desta oficina em Marvila, casa da
Tardoz, está em sintonia com o ritmo de trabalho de Isabel Colher: entra bem cedo
e despede-se ao início da tarde. Há 17 anos que a ceramista está neste lugar,
quase tantos como aqueles que se tem dedicado ao quadrado mais famoso da arte
portuguesa: o azulejo. Tardoz significa a parte não visível de um elemento de
construção, seja ele uma parede, uma
pedra ou um bocado de barro. É também o outro lado de Isabel.