Feira Feita               Histórias               Feito em Lisboa
Fala-me deste espaço.

Estou aqui há 17 anos. Este espaço pertence à Câmara de Lisboa e, no início, era uma cooperativa. Neste momento já não tem a ver com a cooperativa, mas cá continuamos e é óptimo. Todas as oficinas que tive eram mínimas, no centro da cidade e difíceis para se estacionar. Carregar e descarregar material era impossível. Aqui é maravilhoso. É um silêncio! Quando vim para cá, não era Marvila como é agora, nem as pessoas se deslocavam da maneira que o fazem agora. Hoje em dia toda a gente vem dar aqui. Na época era um bocado desterrado. Tenho um descampado à frente e vejo o rio. Como não é uma coisa de porta aberta, é um espaço de trabalho, é o ideal. Não é um sítio de passagem mas quem quer e procura, vem cá ter. É uma coisa muito específica, como quando alguém faz aeromodelismo e vai ter a um sítio específico. E gosto imenso de estar aqui, passo horas e horas sozinha.


E tem boa luz.

Agora, da parte da manhã, sim, depois do almoço o sol desaparece. Por isso é que gosto de vir para aqui de manhã, bem cedo, aproveitar a luz. À tarde nunca é brilhante.


O que estás a fazer agora?

Neste momento estou com três frentes ao mesmo tempo. Tudo coisas pequenas, tirando ali os 500 azulejos, mas são coisas como eu gosto, a rondar os 100, 150 azulejos. Assim consigo fazer bem, sem prazos apertados (outra coisa que detesto). Uma das vantagens da encomenda de 500 foi o prazo ser longo. Só consigo fazer 10, 15 no máximo, por dia, e faço ao meu ritmo.