Feira Feita               Histórias               Feito em Lisboa





















MALGA CERAMIC DESIGN









Entrevista e Fotografia
Ágata Xavier
Autora-artesã
Malga Ceramic Design - Mariana Filipe

Atelier
Ajuda - Lisboa


︎ 
︎  ︎  ︎

O recipiente côncavo e sem asas, que costuma ser utilizado para líquidos, dá nome ao projecto que Mariana Filipe começou em 2015 numa área à qual foi parar por acaso, a Cerâmica. É no Páteo Alfacinha, na Ajuda, que tem o seu luminoso atelier, paredes meias com outros artistas, alguns dos quais também ceramistas. A inspiração vem do que a rodeia mas sobretudo de casa, de Grândola, no Alentejo, onde cresceu. São essas memórias, às quais junta a memória da própria mão, que ajudam a modelar a Malga.



Fala-nos um pouco do teu percurso.

Sou de Grândola, nasci em Évora, mas cresci a vida toda em Grândola. Depois fui estudar Design Industrial para as Caldas da Rainha. Quando quis fazer o mestrado andei às voltas a querer sair do Design: experimentei Escultura, voltei para o Design e acabei por fazer mestrado em Design de Produto na Faculdade de Arquitectura de Lisboa. Quando estava a terminar, acabei por fazer uma tese sobre Cerâmica.

Como é que chegaste à Cerâmica?

O meu pai é alentejano, a minha mãe é do norte, e lá em casa sempre se cozinhou muito em panelas de barro. Fazem chanfanas, alcatras… e o meu pai tinha uma ideia de criar um conceito em que cozinhávamos em loiças de barro, que as pessoas podiam depois levar para casa, e traziam quando voltassem na vez seguinte. Acabei por pegar nesse conceito para o meu mestrado e fazer uma linha de loiça para casa com copos, taças, pratos, até uns tachos grandes nos quais se podia cozinhar e comer. Depois do mestrado mantive-me ligada à Cerâmica. Uma amiga descobriu um atelier aqui perto [Ajuda], no qual alugavam a mesa de trabalho a 50€ por mês. Fui enviando currículos, para ver se fazia estágios, mas estava a gostar cada vez mais da Cerâmica e falei sobre isso com os meus pais.